Um dia depois do outro

Por: Marcos "Marcuccio" Caiafa em 29 mar 2017
E foi um dia atrás do outro...

E foi um dia atrás do outro...

O 'lado bom' de quando se está no 'fundo do poço' é que não há o que piorar. Já na zona de rebaixamento, crise interna, boataria. O prazer de acompanhar os jogos virando agonia, mal-estar. Mas mesmo assim, a camisa grená. A foto de perfil naquela rede social. O toque do celular com o hino do clube. A tatuagem no corpo. Na alma.

Daquela última crônica que escrevi (alterada inúmeras vezes até a forma final, até a cabeça esfriar), algumas coisas mudaram. E tinham de mudar. Outras também deveriam, mas seria querer demais. Paciência.

O ingresso dos moleques da Copinha, por exemplo. A unanimidade do nome que deveria estar no gol. A necessidade de armadores para servir o centroavante. Posse de bola e volume de jogo. Coisas assim.

O fato é que estamos há oito rodadas sem aquele gosto amargo na boca. Desde aquele acachapante 4 a 2 contra o Mogi, (que parece que foi ontem) em 15 de fevereiro, são Oito jogos de invencibilidade, que nos garantem o meio da tabela. Empatamos com o Sertãozinho, Guarani, Rio Preto, Taubaté e o XV de Piracicaba. Vencemos o Bragantino, São Caetano e a Portuguesa (será preciso um parágrafo para esta vitória).

Portuguesa. O que foi aquela vitória nesse clássico onde o sangue que corre nas veias fala mais alto? Transcende gerações, se divide em sotaques, costumes, gostos e cheiros. Opostos, como as listras da bandeira paulista - mas, no fundo, ajudam a compô-la.

Perdi alguns minutos (preciosos) de minha vida lendo um artigo em algum lugar, onde o Derby dos Imigrantes foi (des)tratado como o "Clássico da Ilusão", cheio de estereótipos, com um indisfarçável desdém - típicos de quem carece de maiores conhecimentos na área. A culpa será do ensino superior nesse país? Quem sabe... Mas tentar se passar pelo 'colunista descolado' ao longo de um textinho que inclui títulos conquistados e trechos do hino como se olhasse do alto de um pedestal... Menos, cidadão. Sim, fomos campeões da Taça de Prata. Deixe as torcidas torcerem e cantarem do modo que elas queiram. Isso é o futebol. Já ouvir falar dele?

Temos orgulho de nosso passado. Não 'mamamos' das ressecadas tetas do coronelismo futebolístico como tantos 'grandes'. Nunca rasgamos regulamentos ou viramos mesas... O futebol deve ter 'glamour', ser jogado em arenas modernosas, né? Cantado em inglês? Todo mundo bem vestidinho, engomadinho? Tá bom.

Só pra finalizar (sim, pro sangue campagnolo não subir na cabeça e destemperar os dedos no teclado):

OK, apesar dos pesares, estamos aí, na luta. Seja por permanecer na A2, seja por sonhar pelo Acesso. Temos nossos mais do que conhecidos problemas, nos superamos inúmeras vezes, sucumbidos aos erros outras tantas.

Vamos ver o que o destino nos reserva.


PS: Não estou feliz apenas pela recuperação do Juve, mas metaforicamente, pela melhora do meu amigo Breno. Bom saber que você está melhorando! Muito breve você vai estar na Javari, meu caro!

Foto Autor
Marcos "Marcuccio" Caiafa
Paulistano, juventino, exilado em Curitiba. Escreve para a página Casa Nostra, no Facebook

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