Alegrias e Tristezas

Por: Hamilton Kenji em 15 jan 2022
Dois dias após a festa da classificação sobre o Coritiba, o Juventus é derrotado no último lance pelo Canaã e

No esporte, como na vida, num dia você pode estar por cima e, no outro, por baixo. O que é preciso é ter forças para reagir e não se abalar. No esporte, dizem para "não baixar a cabeça". Na vida, tem uma palavra nova da moda para isso, a tal "resiliência".

Na quinta-feira, a alegria dos gols de Masson e da cobrança de falta surpreendente de Derik. A festa do estádio lotado, da Rua Javari pulsando como nos bons e velhos tempos sem pandemia e sem preocupações.

No sábado, a festa se repetiu, mas nada é exatamente igual, e nem teria como ser. O adversário, Canaã, era repetido. Porém, veio diferente. Exigiu metade dos lugares, e a organização do torneio dividiu o estádio, dando a parte da seção 2 de arquibancadas ao time baiano. Para que os juventinos não superlotassem o espaço que lhes restou, a polícia depois deslocou a barreira, devolvendo parte do território aos grenás.

Em campo, também não foi a mesma coisa. Nervosismo, cautela, poucos espaços, pressão, bolas cruzadas na área. Não iria sair gol. Quando todas as almas vivas na Rua Javari já tinham certeza de que a decisão seria nos pênaltis, um escanteio cedido de maneira ingênua pelo Moleque Travesso resultou numa cabeçada que fuzilou o guarda redes mooquense. No acréscimo, no último minuto, no último lance. O apitador deu a saída e assoprou seu Fox 40. Acabou.

Reve briga, teve provocação. Tudo bobagem dos garotos. Teve torcedor bravo atirando coisas. O policial viu e fez sinal com a mão para o nervosinho. Tudo bobagem, também. Teve choro, teve aplauso, teve apoio e agradecimento. Aí não é bobagem, é amadurecimento. Coisas que se aprende com a derrota.

A Copa São Paulo acabou para o Juventus, e os pensamentos dos juventinos se dirigem para a Série A2, que está logo aí. No mesmo horário da partida decisiva dos moleques, a rapaziada do profissional fez um jogo-treino contra o Palmeiras (deu verde, 2 a 1), em mais uma etapa da preparação comandada por Tuca Guimarães.

Além de tudo isso, um outro passo fora dos campos está prestes a ser dado. Os conselheiros e associados do Juventus votarão a criação ou não de uma SAF para assumir o controle do futebol profissional, separando-o da sede social.

O clube, que surgiu de um time de várzea dos funcionários de uma fábrica, foi incentivado e financiado pelo patrão, o Conde Rodolfo Crespi, e depois se transformou em um clube recreativo, uma potência associativa, após a saída de cena do Conde benfeitor. O Juventus encara um momento decisivo para seu futuro, diante de uma realidade econômica totalmente diferente daquela de suas origens e de quando foi campeão paulista, como um time amador.

Copa São Paulo
13/01/2022
Coritiba 1 x 3 Juventus
Estádio Conde Rodolfo Crespi (Rua Javari) - São Paulo - SP

Juventus: Cauã; Isaque, Ricardo Bambu, Igor e Gustavo (Sidi); Adelan (Lázaro), Athyrson (Derik), Dudu (Warllem Maranhão) e Santiago (oliveira); Masson (Rafinha) e Filipinho. Técnico: Alessandro Santos.

Copa São Paulo
15/01/2022
Canaã 1 x 0 Juventus
Estádio Conde Rodolfo Crespi (Rua Javari) - São Paulo - SP

Foto Autor
Hamilton Kenji
É juventino e colecionador de camisas do Juventus. Mantém o blog mantojuventino.blogspot.com

Atenção: Este texto representa a ideia do autor e não necessariamente a opinião do juve.com.br ou da torcida juventina. Utilize o espaço de comentários abaixo para debater de forma saudável os assuntos com o autor e com os outros leitores. Comentários que o juve.com.br identificar como inadequados serão removidos sem aviso prévio.

Compartilhe este artigo com seus amigos:

Comentários