Mais uma briga de torcidas

Por: Marcos "Marcuccio" Caiafa em 22 jun 2017
Inspirado por 'Desordem', dos Titãs

Mais uma briga de torcidas

Desde que me entendo por gente - e isso já tem um certo tempinho - nutro pelo futebol meu fascínio, meu completo embevecimento. Seja (obviamente) pelo Juventus da Mooca, pela Salernitana dos antepassados, pela Seleção Nacional (é, aquela dos sete-a-um) ou a Azzurra. Tem aquele time no qual torço na Sérvia, aquele outro no interior do estado gaúcho, aqueloutro do Japão. Uma bela história, de Nenês, Antoninhos, Gatõezinhos, Cruijffs, Beckenbauers, Leões, Zicos, Falcões, Zoffs, Rossis, Platinis, Millas, Cannavarros e tantos, tantos outros...

Mas o contraponto sombrio desta oitava arte, chamada futebol, é hediondo. E não me refiro à corrupção (embora sejam amigas e caminhem de mãos dadas). A violência.

Presente - onipresente - nos estádios mais modestos, nas arenas suntuosas. Nos países dos mais ricos e 'cultos', em miseráveis rincões subdesenvolvidos. Não faz distinção de cor de pele, sexo, religião, orientação política. Nivela a todos por baixo. MUITO baixo, por sinal.

Tento (com um considerável esforço de abstração) imaginar o que move um acéfalo sair travestido de torcedor apenas e tão-somente com o intuito de promover gratuita bestialidades, contra gente que sequer conhece. E apenas tem a infelicidade de cruzar o caminho de um desajustado. E quantas vezes, diante de um espetáculo indecente destes, desde Heysel em 1985, passando pela final Copinha de 95, no Couto Pereira em 2009, cartolas e políticos engravatados erguem a voz e arrotam mirabolantes fórmulas para "erradicar a violência no futebol"?

Perdi a conta. Como se algum decreto fosse capaz de incrementar num passe de mágica o combalido grau de educação nacional ou fazer valer mais enfaticamente nosso Código Penal (parado no tempo, à exemplo de muita coisa nesse país).

E, de novo, a violência se fez presente, na figura de um idiota que resolveu desafiar outros idiotas que o espancaram. Não será certamente a última. A não ser que um dia achemos que tudo isso é 'normal' e 'faz parte'.

Não, NÃO faz.


(Escrevi isso ouvindo 'Desordem', dos Titãs. O que mais pode acontecer num país pobre e miserável ?)

Foto Autor
Marcos "Marcuccio" Caiafa
Paulistano, juventino, exilado em Curitiba. Escreve para a página Casa Nostra, no Facebook

Atenção: Este texto representa a ideia do autor e não necessariamente a opinião do juve.com.br ou da torcida juventina. Utilize o espaço de comentários abaixo para debater de forma saudável os assuntos com o autor e com os outros leitores. Comentários que o juve.com.br identificar como inadequados serão removidos sem aviso prévio.

Compartilhe este artigo com seus amigos:

Comentários