A Encruzilhada

Por: Marcos "Marcuccio" Caiafa em 18 set 2017
A Encruzilhada

Quem de nós não se deparou diante de uma situação e ter de optar, numa questão de minutos - segundos, às vezes, por uma decisão que poderá alterar sua vida inteira ? O indefectível e sortudo passageiro que sempre é entrevistado por não ter embarcado num voo fatídico ? Aquele incauto pedestre que atravessou a movimentada via expressa pela passagem subterrânea... e cujo teto desabou. O tal casalzinho afobado que abdicou de proteção num instante e se vê obrigado, nove meses depois, a repensar seus projetos e anseios... Sim, a vida é recheada de riscos. Mas calma, esta crônica não pretende vender apólices de seguro ou amedrontar os que sofrem de indecisão congênita. Apenas gostaria de levantar uma discussão sobre um momento peculiar na vida deste nosso Moleque, cujas famosas travessuras inspiraram inúmeras gerações (e que ele continue a inspirar as que virão).

Até o final deste setembro, o Juventus deverá submeter à apreciação de seus conselheiros um projeto de gestão de médio prazo para o departamento de futebol do clube. Estariam de antemão garantidas interessantes receitas anuais à titulo de promoção de imagem e um percentual das eventuais transações envolvendo jogadores. O grupo investidor, por outro lado, reivindica para si independência nas tomadas de decisões.

Muitos - principalmente aqueles vivenciaram a parceria do Juventus com um grupo ligado à uma rede varejista - olham com preocupação e desconfiança a possibilidade uma nova parceria, pois, os ecos da saída deste antigo investidor reverberaram durante muito tempo no clube. E definitivamente não estamos dispostos a repetir isso. O que sabemos deste novos candidatos a gestores ? Que seriam ligados à um grupo idôneo, sólido e tradicional, nacionalmente conhecido. E, do outro lado do 'ringue', temos um clube combalido por questões financeiras, ausente de competições nacionais, longe da principal divisão estadual há quase dez anos. A cada reapresentação para a Série A2, as incertezas de sempre, campanhas discretas. Contratações 'duvidosas'. As poucas alegrias que tivemos, devemos ao talentos revelados na última Copa São Paulo.

Estamos numa estrada - à nossa frente, duas placas: Uma representa a expectativa de uma 'estrada nova', a possibilidade de novamente marcarmos uma bela presença no cenário do futebol. Este caminho que se descortina poderá ser nossa redenção ou nos reservar algum 'acidente de percurso'. A outra placa é 'cômoda', não traz surpresas. É um velho caminho conhecido, do 'quase se classificou', do 'apesar das dificuldades, jogamos até razoavelmente', onde todo ano acaba em setembro. Não planeja, apenas nos convida a assistir uma monótona paisagem desgastada, linear.

Até parar.

Foto Autor
Marcos "Marcuccio" Caiafa
Paulistano, juventino, exilado em Curitiba. Escreve para a página Casa Nostra, no Facebook

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